2008/08/22

Alma Animal


O meu gato

Espreguiçando as células ao sol,
Num esticar elástico e dolente,
O próprio dono exclui do seu escol,
A quem exibe um ar independente.
Saboreando o dia a dormitar,
Lambendo os raios de luz na linguagem
De um solarengo e sóbrio ronronar
Em que esconde um ar belo e selvagem.
É caçador, é rápido e é atento,
É felina figura e com ciúme,
É brincalhão e sempre friorento,
Descontraído e vivo como o lume.
Autoritária...é pura, a Natureza,
Passeia simples, com delicadeza.

In "Alma Animal" de
Paulo Duarte Castro, poema
Nela Vicente, pintura